por Ricardo Gondim (@GondimRicardo)
O
belo se esconde no evidente. Imiscui-se por toda a parte. Ora claro,
ora escuro, tinge a textura do cotidiano. Muitas vezes camuflado no
óbvio, pega o coração de surpresa. Olhos displicentes correm o risco
de não captar toda a formosura que permeia a vida.
Um
coração desolado não vê o inefável porque basta um instante, um hiato,
um risco no céu, para sumir o que pode encher a vida de viço. Sempre
alguma lindeza esquecida espera ser descoberta no fundo do pântano, na
escarpa da rocha, no rosto crispado da viúva, no riso frouxo do
adolescente.
Em cada alvorada renasce um anseio renovado pelo belo. O orvalho aguça o desejo de alimentar a alma com os diferentes matizes da mata. Quando o dia se alonga, temos fome; uma fome pelo eterno. E a noite traz a bruma leve do Espírito que faz do descanso o tempo dos sonhos.
Em cada alvorada renasce um anseio renovado pelo belo. O orvalho aguça o desejo de alimentar a alma com os diferentes matizes da mata. Quando o dia se alonga, temos fome; uma fome pelo eterno. E a noite traz a bruma leve do Espírito que faz do descanso o tempo dos sonhos.
De
repente, sempre de repente, no dia-a-dia, está um anelo pela nuança da
poesia; nuança que transfigura as letras em recado divino. O corpo
pede melodia para deixar o coração estranhamente sereno; e da
calma, vem a excitação que converte o lamento em vontade de pular de
alegria. Existe, sim, uma beleza que torna a vida irresistível.
O
belo está sempre por perto e tem poder. Fascinante, inspira o poeta.
Trasforma o leigo em criador fecundo, incorpora contentamento no
triste, sensibiliza o bruto,muda o apático em trovador, leva o tosco a
bailar em ritmos imponderáveis e sensibiliza o cético para que perceba a
eternidade na realidade crua.
O belo é divino.
Soli Deo Gloria
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